Subsecção 02 - Revolução dos Corpos Celestes

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Reference code

PT PT-MARIONET A-02

Title

Revolução dos Corpos Celestes

Date(s)

  • 2001 | 2003 | 2004 (Creation)

Level of description

Subsecção

Extent and medium

Context area

Name of creator

(2000)

Administrative history

Nascida em 2000, a Marionet é uma companhia de teatro de Coimbra com um trabalho continuado de cruzamento das artes performativas com a ciência. Desenvolve criações artísticas originais a partir de temas científicos, realiza investigação na área da intersecção artes performativas-ciência, promove trabalhos artísticos colaborativos com cientistas, participa em projectos de formação avançada em centros de investigação científica e está envolvida em projectos de ciência participativa.

Em 2010 foi seleccionada para companhia residente, durante sete meses, no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, no âmbito do Programa Rede de Residências da DGArtes e Agência Ciência Viva. Desde então a companhia tem colaborado com este centro de investigação em actividades de promoção da ciência, no seu programa de formação avançada em biologia experimental e biomedicina na área de comunicação da ciência, assim como em vários projectos artísticos.
Em 2012 iniciou o Centro de Documentação em Artes Performativas e Ciência, um repositório de peças teatrais e ensaios sobre o cruzamento entre estas duas áreas do conhecimento. Em 2015 a actividade da companhia foi financiada pelo cientista e escritor norte-americano Carl Djerassi. Destaca-se também, entre 2009 e 2016, a participação na Noite Europeia dos Investigadores, em parceria com o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, com a criação de peças de teatro em colaboração com cientistas.

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Scope and content

Este trabalho marcou o início de um projecto que depois se tornou central na pesquisa artística da MARIONET: as relações Arte & Ciência. Uma abordagem que visava primeiro a aproximação entre a Ciência e o Teatro. Daí a importância para nós, companhia de Teatro, de partilhar a responsabilidade deste projecto embrionário com o Museu Nacional da Ciência e da Técnica.

Estreado em Dezembro de 2001 em Coimbra, no sótão do Palácio Sacadura Botte, sede do Museu Nacional da Ciência e da Técnica, e esteve em cena de 10 a 15 desse mês. E, de 23 de Julho a 2 de Agosto de 2003 a remontagem deste espectáculo foi de novo apresentado no sótão da sede do museu, e a 4 de Outubro foi representada no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, no âmbito do Festival Physics On Stage.

A Revolução dos Corpos Celestes mergulha na evolução do conhecimento sobre a nossa posição no universo. Ancorado nos avanços científicos de três dos homens responsáveis pelo que hoje conhecemos nesse campo: Ptolomeu, Copérnico e Galileu. Este trabalho pergunta-se sobre as questões pessoais, sociais, políticas, religiosas e científicas que inundaram as suas buscas da verdade. Questões profundamente humanas, logo maravilhosamente teatrais, que não raras vezes tocam a pergunta última e primeira: O que somos nós?

Há de facto muitas perguntas neste trabalho, perguntas de uma busca humana, contínua, desde um ontem tão antigo como o homem social e que provavelmente se manterão depois de nós e das nossas respostas. O que somos nós? Qual o nosso papel? Onde foi o princípio? E como? Será que estamos sozinhos no universo?
Uma das respostas que temos hoje diz-nos que na sala de teatro, não estamos sozinhos. Somos um todo, palco e plateia. Enrolados em interrogações comuns, uma resposta leva-nos inevitavelmente a outras perguntas. Será esse o nosso papel? O de questionar e partilhar essas perguntas com os outros? O de propagar o perguntar?

Será que rodamos em torno do Sol?

SINOPSE
Revolução dos Corpos Celestes induz-nos uma reflexão sobre a nossa posição no universo. Regressa uns séculos atrás quando nos colocámos no centro do mundo com todos os outros astros então conhecidos a rodarem à nossa volta. Uma posição então defendida pela Igreja, interessada no lugar de destaque em que essa visão cosmológica nos colocava. No centro da atenção de Deus.

Ptolomeu, Copérnico e Galileu atravessam com passos interrogativos os poucos metros da sua sala de trabalho e revelam-nos a profundidade das suas questões, que extravasam o âmbito científico. São questões filosóficas, religiosas, sociais, políticas e pessoais associadas às pesquisas cosmológicas que empreendem.
No espectáculo, Ptolomeu encontra uma justificação matemática para a posição da Terra no centro do universo, tal como indicava Aristóteles, e adormece satisfeito com a sua conquista. É um sono de 14 séculos com a Terra parada no centro.

A luta entre o espírito conservador e o espírito livre agitam este sono do qual o cientista desperta de madrugada, atormentado, e já na pele de Copérnico. Este trava uma luta interior entre as suas crenças religiosas e as suas crenças científicas, que exigiam, estas últimas, o Sol no centro do mundo e a Terra a girar em seu redor. Copérnico acaba por colocar o Sol no centro e adormece exausto da luta.

Desperta Galileu. Começa a amanhecer. E desperta o espírito científico e da experimentação. O telescópio apontado para os céus apresenta provas que começam a deitar por terra as ideias geocêntricas ainda fortemente presentes nesse século XVII e profundamente ligadas às Sagradas Escrituras. A luta do cientista deixa de ser interior para passar a ser exterior. E termina com o seu sacrifício. Galileu é condenado pelo Santo Ofício, acusado de heresia por defender a posição do Sol no centro do universo e a Terra a mover-se em seu redor.

Apoiado nas vidas destes três homens, esta peça traça a evolução da cosmologia e a evolução da visão do homem sobre o mundo e sobre si próprio.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Discussão e ideias: Isabel Rogeiro, Mário Montenegro, Nelson Rodrigues.
Texto e Encenação: Mário Montenegro.
Elenco: Espírito Conservador|Mário Montenegro, Espírito Livre|Carla Taipina (estreia 2001) - Nica Guerra (2003-2004) e Ptolomeu/Copérnico/Galileu|Nelson Rodrigues (estreia 2001) - Nuno Fareleira (2003-2004).
Figurinos: Lisa Losa.
Desenho de luz : Mafalda Oliveira.
Espaço Cenográfico: MARIONET.
Cartaz: Rui Veríssimo.
Concepção e execução de penteados: Carlos Gago (2003-2004).
Costura: Cristina Rojão.
Carpintaria: Carlos Figueiredo.
Fotografia: Francisca Moreira (2003-2004).
Operação de luz e som: Mafalda Oliveira e Rui Capitão (2003-2004).
Produção Executiva: MARIONET 2001 | MARIONET 2003
Co-produção: MARIONET & Museu Nacional da Ciência e da Técnica Dr. Mário Silva.

APOIOS (2001)
Câmara Municipal de Coimbra, Rádio Universidade de Coimbra, TEUC – Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.

AGRADECIMENTOS (2001)
Carlos Fiolhais, Fernanda Rojão, CITAC, Projecto BUH!

APOIOS (2003-2004)
Câmara Municipal de Coimbra, GRETUA, Ilídio Design, MAFIA – Federação Cultural de Coimbra, Residencial Marininha, Rádio Universidade de Coimbra - RUC.

AGRADECIMENTOS (2003-2004)
Carlos Fiolhais, Carlota Simões, Fátima Lemos – Atelier de Costura, Fernanda Rojão, João Fernandes, Maria João Feio.

APRESENTAÇÕES
Museu Nacional da Ciência e da Técnica, Palácio Sacadura Botte, Coimbra - 10 a 15 de dezembro de 2001, às 21h30 (Estreia).
Museu Nacional da Ciência e da Técnica, Palácio Sacadura Botte, Coimbra - 23 de julho a 2 de agosto de 2003 (excepto 27 de julho).
Pavilhão do Conhecimento, Lisboa - 4 de outubro de 2003.
Auditório da Reitoria da Universidade de Aveiro (no âmbito da Semana Aberta da Ciência e da Técnica da UA) - 25 de novembro de 2004.

Appraisal, destruction and scheduling

Conservação permanente.

Accruals

Não previstos.

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Ordenação alfabética das séries.

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Atualização dezembro de 2023.
Atualização janeiro de 2024.
Atualização fevereiro de 2024.
Atualização julho de 2024.

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