Subsecção 11 - As Portas da Percepção

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Identificatie

referentie code

PT PT-MARIONET A-11

Titel

As Portas da Percepção

Datum(s)

  • 2007 (Vervaardig)

Beschrijvingsniveau

Subsecção

Omvang en medium

Context

Naam van de archiefvormer

(2000)

Institutionele geschiedenis

Nascida em 2000, a Marionet é uma companhia de teatro de Coimbra com um trabalho continuado de cruzamento das artes performativas com a ciência. Desenvolve criações artísticas originais a partir de temas científicos, realiza investigação na área da intersecção artes performativas-ciência, promove trabalhos artísticos colaborativos com cientistas, participa em projectos de formação avançada em centros de investigação científica e está envolvida em projectos de ciência participativa.

Em 2010 foi seleccionada para companhia residente, durante sete meses, no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, no âmbito do Programa Rede de Residências da DGArtes e Agência Ciência Viva. Desde então a companhia tem colaborado com este centro de investigação em actividades de promoção da ciência, no seu programa de formação avançada em biologia experimental e biomedicina na área de comunicação da ciência, assim como em vários projectos artísticos.
Em 2012 iniciou o Centro de Documentação em Artes Performativas e Ciência, um repositório de peças teatrais e ensaios sobre o cruzamento entre estas duas áreas do conhecimento. Em 2015 a actividade da companhia foi financiada pelo cientista e escritor norte-americano Carl Djerassi. Destaca-se também, entre 2009 e 2016, a participação na Noite Europeia dos Investigadores, em parceria com o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, com a criação de peças de teatro em colaboração com cientistas.

Geschiedenis van het archief

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Inhoud en structuur

Bereik en inhoud

«Se as portas da percepção se vissem limpas,
tudo apareceria ao homem tal como é, infinito.
Pois o homem encerrou-se até ver todas as coisas pelas fendas
estreitas da sua caverna»

William Blake (1757-1827), O Casamento do Céu e do Inferno [1790], Lisboa: Antígona, 2006, p. 29.

As características muito próprias do projecto “As Portas da Percepção” fazem-no atravessar vários dos vectores de actividade da MARIONET. O que muito nos agrada. Da mesma forma que no conhecimento não há compartimentos estanques, como se verifica actualmente, por exemplo, no esbater das fronteiras entre áreas científicas ou na utilização cada vez mais frequente, também nas artes, dos termos interdisciplinar, multidisciplinar ou transdisciplinar, também na estruturação da nossa actividade há uma permeabilidade natural nas regiões fronteira, onde os conteúdos, as formas e os métodos se tocam. Por isso “As Portas da Percepção” enquadra-se, de forma arrojada, na região fronteira da nossa actividade onde procuramos abrir caminhos para o futuro.

A ideia para este projecto sobre textos de Blake partiu do director do TAGV, Manuel Portela, professor do Grupo de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tradutor de várias obras daquele autor, e em particular, no que interessa a este projecto, dos seus livros iluminados, cuja singularidade no tocante ao conteúdo poético e à multiplicidade de processos de construção os tornam frutos sugestivos e apetecíveis para a construção de um espectáculo transdisciplinar.

SINOPSE
Tal como nos poemas iluminados, texto e imagem colaboram na produção de um sentido, a selecção do Manuel Portela produziu para nós um mundo dentro da cosmogonia visionária de William Blake. Aqui estão ideias de liberdade para os corpos e para as emoções na forma de um novo Génesis. Um mundo sem escala ou tempo absolutos, em que o nascimento de um homem é também a explosão original geradora do mundo finito. Mente e corpo são um só, encerrado nos cinco sentidos finitos. Antes era o infinito e só a vontade determinava a forma. Depois de cairmos da Eternidade ficámos condenados aos limites do mundo material que podemos percepcionar. Instituições seculares como Igreja, Estado e parte da comunidade científica procuram organizar esta percepção para legitimar as suas leis com medições e cálculos.

Limpar as portas da percepção permitirá contemplar esta conspiração mas também encontrar o indivíduo incapaz de obedecer. O Homem ilimitado, que suportará a complexidade sem se esconder aquém do horizonte.

SOBRE WILLIAM BLAKE
No seu conjunto, a obra de William Blake constitui uma verdadeira cosmogonia, que reescreve e recombina diferentes mitos da criação. Ao escrever, desenhar, gravar, imprimir, pintar e publicar, William Blake tomou nas suas mãos todo o potencial simbólico do livro como máquina de criação e chamou a si o controlo do modo de produção tipográfico, num momento em que se acentuava a divisão do trabalho e se anunciava já a industrialização da imprensa. Além dos poemas proféticos em manuscrito Tiriel (c. 1789), The French Revolution (1791) e The Four Zoas (c. 1795-1804), a sua obra inclui os seguintes livros iluminados: All Religions are One (c. 1788), There is No Natural Religion (c. 1788), Songs of Innocence (1789), The Book of Thel (1789), The Marriage of Heaven and Hell (1790), Visions of the Daughters of Albion (1793), For Children: The Gates of Paradise (1793), America a Prophecy (1793), Europe a Prophecy (1794), Songs of Innocence and of Experience (1794), The First Book of Urizen (1794), The Book of Los (1795), The Song of Los (1795), The Book of Ahania (1795), Milton A Poem (1811) e Jerusalem: The Emanation of the Giant Albion (1820). Aos livros iluminados juntam-se ainda centenas de pinturas, desenhos e gravuras. Nos últimos dez anos, a digitalização da sua obra tem construído um espaço de leitura que permite olhar de forma renovada para a materialidade icónica do seu traço visionário, restituindo a integridade visual e literária dos originais. MANUEL PORTELA

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Ideia, tradução e selecção de textos e imagens: Manuel Portela.
Direcção artística: Mário Montenegro.
Assistência de direcção e produção executiva: Alexandre Lemos.
Discussão e Ideias: Alexandre Lemos, Anabela Fernandes, Laetítia Morais, Manuel Portela, Mário Montenegro, Nuno Fareleira, Pedro Andrade, Rui Capitão, Rui Simão e Tanya Ruivo.
Intérpretes: Anabela Fernandes, Mário Montenegro, Nuno Fareleira e Tanya Ruivo.
Espaço cenográfico, figurinos e design: Pedro Andrade.
Sonoplastia: Rui Capitão.
Vídeo: Laetítia Morais.
Iluminação e Direcção Técnica: Rui Simão.
Programador de sensores: Rui Monteiro.
Concepção e Execução de penteados: Carlos Gago.
Carpintaria: Laurindo Fonseca.
Registo fotográfico: Francisca Moreira.
Registo vídeo: Alexandre Lemos e Francisco Queimadela.
Assistência de Produção: Joana Figueiredo.
Co-produção: Marionet e Teatro Académico de Gil Vicente

APOIOS
DG Artes (Direcção Geral as Artes) / MC (Ministério da Cultura), British Council, MAFIA – Federação Cultural de Coimbra, Faculdade de Letras da UC, Ilídio Design, Diário de Coimbra, RUC, República Rosa Luxemburgo.

APRESENTAÇÕES
Teatro Académico de Gil Vicente, Coimbra - 23 de novembro de 2007, às 15h30 e 21h30 | 24 de novembro de 2007, às 21h30.

Waardering, vernietiging en slectie

Conservação permanente.

Aanvullingen

Não previstos.

Ordeningstelsel

Ordenação alfabética das séries.

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Atualização dezembro de 2023.
Atualização janeiro de 2024.
Atualização fevereiro de 2024.

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